Vivemos numa sociedade capitalista onde as organizações de prestação de serviço são constituídas com a finalidade de agregar valor ao mercado, buscando solucionar problemas mediante uma remuneração.
Para que estas instituições possam ser viáveis economicamente, precisam se organizar de modo que a remuneração alcançada, pela prestação do serviço, seja suficiente para cobrir os custos necessários para a entrega do serviço ofertado e remuneração do capital investido.
E para que tudo isso aconteça existe uma série de fatores que precisam ser observados:
· Mercado que demande o serviço ofertado: para que qualquer negócio exista há a necessidade de alguém interessado em consumir o serviço oferecido, ou seja, se não houver ninguém com necessidade ou interesse no serviço que a organização consegue oferecer, não existirá o negócio.
· Identificação do preço que o mercado está disposto a pagar pelo serviço ofertado: partindo do princípio de que existam interessados em consumir o serviço oferecido, temos que saber qual o preço que estes interessados estão dispostos a pagar.
· Estruturação de uma organização capaz de produzir o serviço demandado a um custo competitivo: identificar qual a estrutura que a organização precisa ter para poder oferecer o serviço de interesse do referido mercado. Identificada esta estrutura, deve-se quantificá-la para saber o seu custo.
· Retorno esperado pelos sócios do capital investido: os sócios da organização devem definir qual o retorno que esperam obter do capital que investiram na sociedade.
Ciente de todas estas informações, deve-se equacionar a sociedade de modo que a resultante de todas estas variáveis seja alcançada, ou seja, o preço que o mercado está disposto a pagar deverá ser suficiente para cobrir o custo necessário para a produção do serviço e remunerar o capital investido, com a margem desejada pelos seus sócios.
Esta análise parece óbvia, mas arrisco dizer que poucos são os escritórios que a fazem, preliminarmente. Se esta conta não fechar, não se deve ter o negócio!
Portanto, acompanhar e analisar os resultados financeiros e indicadores é uma das boas práticas de governança. E conseguir fazer isso de forma profunda é um dos fatores que levam a organização para um caminho de sucesso. Técnicas de segmentação destas análises, como olhar os resultados por projeto, por unidade de negócio, comparar com anos anteriores e com o orçamento, acompanhar indicadores, são boas práticas de gestão, mas nem sempre suficientes para uma correta reflexão sobre os resultados obtidos.
Os resultados financeiros e os números dos indicadores são consequências da performance dos projetos, das ações e iniciativas de uma organização. Eles dizem muito mais do que apenas análises sobre as variações do faturamento com o ano anterior ou variações dos custos em relação ao orçado. Eles refletem importantes pontos como:
- A organização tem uma estratégia clara?
Quando encontramos resultados que, não só permitam a viabilidade econômica financeira da organização, mas também o alcance das metas estabelecidas, é razoável concluir que não só houve uma definição estratégica bem feita, mas mais do que isto, bem executada.
- A cultura é forte?
Organizações com cultura forte propiciam a execução da estratégia de maneira muito mais consistente, segura e eficiente.
- As pessoas se identificam com a empresa e estão engajadas?
Uma estratégia bem construída em uma organização com cultura forte, além de ajudar na obtenção de bons e consistentes resultados, faz com que as pessoas se identifiquem e se engajem com o escritório.
- Os projetos são bons?
A obtenção de resultados satisfatórios pode demonstrar que os projetos desenvolvidos são bons, viáveis e de qualidade.
- O serviço que você vende está sendo bem aceito?
Obter resultados financeiros de qualidade pode ser uma demonstração de que existe um mercado para o serviço prestado ao preço ofertado.
Fazer uma análise com essa abrangência é um exercício que deve ser feito de forma contínua, seja de mês em mês ou de ano em ano.
O exercício desta atividade deve virar hábito, pois leva o escritório a importantes reflexões. Tais reflexões, geralmente, contribuem para conclusões importantes, seja sobre qual o caminho a seguir para os próximos períodos, seja sobre definição de ações de curto prazo ou mesmo estratégias para os próximos anos.
A prática de análises financeiras é saudável e recomendável para qualquer organização, inclusive escritórios de advocacia.
Mas afinal, quem produz essas informações para os sócios e gestores dos escritórios?
Geralmente, são produzidas por uma área especializada dentro da organização, que são chamadas de área de Relatórios Gerenciais ou Planejamento Financeiro. Nessas áreas atuam profissionais especializados e que possuem uma visão abrangente sobre o funcionamento de todo o escritório. Esse profissional também deve apresentar um grau elevado de conhecimentos financeiros, contábeis e análises de resultados. É também indispensável ser um ótimo usuário de ferramentas de análise financeira como: Excel, B.I. dentre outros.
Para escritório de porte menor, onde é economicamente inviável estrutura como esta, deve-se buscar consultorias que possam orientar e apoiar na definição e construção destes indicadores, elaboração de planilhas para análises financeiras e orientação na análise e conclusão dos resultados apurados.
A BÓREA tem apoiado os escritórios na criação das áreas de Relatórios Gerenciais ou mesmo em fornecer o serviço de produção dessas informações gerenciais.
Mario Esequiel - consultor e sócio-fundador da BÓREA
Renato Nakagawa - consultor da BÓREA